terça-feira, 13 de setembro de 2011

Práticas Mundanas Não Dinamizam a Igreja


 
Tenho visto e ouvido falar da introdução de práticas mundanas nos cultos como forma de diferenciação e inovação. Práticas nunca antes imaginadas e acalentadas pelos cristãos entram pela porta da frente das igrejas e encontram abrigo na mentalidade infantil e distorcida de muitos líderes. Vi um vídeo onde um grupo de capoeira se apresenta no meio de um culto e ali foram praticadas seus rituais e danças como se fosse em uma praça pública. Tudo isso em nome do diferente e do inovador. Perguntei-me o porque daquilo tudo. Não consegui respostas minimamente razoáveis. A prática de qualquer esporte nada conflita com o culto a Deus, mas introduzir isto em um culto no mínimo é anular o culto. Esses acréscimos que em outros lugares de culto chegam a contar com lutas diversas antes do culto e etc. demonstram a falência da igreja gospel. A verdeira igreja não se submete a isso.

Ao nos convencermos que algo precisa mudar dentro da igreja e este algo não está claro para nós, tentamos de todas as formas apresentar alguma alternativa ao status quo reinante. Essa mudança precisa vir de qualquer maneira, pois, existe a convicção ou sensação que algo está errado e precisa mudar. Muitas vezes a mudança que tanto almejamos para a igreja deveria começar dentro de nós mesmos. Normalmente o homem sempre vai transferir para outrem sua angústia existencial ou seu desassossego interior. Ao invés de tomar a auto responsabilidade como padrão de vida e dar novos rumos à sua existência, vai achando culpados para suas crises pessoais, como fez Adão no paraíso quando Deus o interpelou e ele não tendo respostas jogou para Eva a responsabilidade da crise instalada. Daí vivenciarmos coisas desagradáveis e inúteis em nome de Deus como se tudo fosse normal. 

Um dos lemas posteriores da Reforma Protestante foi: “Ecclesia Reformata et Semper Reformanda Est” (Igreja Reformada Sempre se Reformando). Verdade que precisamos desesperadamente resgatar e viver em nossos dias. Para muitos reformar a igreja implica em afrouxar a teologia, desprezar a doutrina e introduzir novos elementos na liturgia. Entendem que uma igreja que se reforma deve ser criativa, no sentido de ser bastante aberta nas questões doutrinária, metodológica e cúltica. Tentam trazer vida para um sistema moribundo através de coreografias, misticismos exacerbados e comportamentos limítrofes com o paganismo, como se isso provocasse a reforma necessária. O grande equívoco nesta forma de pensamento e comportamento é que quando esta máxima “Ecclesia Reformata et Semper Reformanda Est”, de autoria do reformado holandês Gisbertus Voetius (1589-1676) e já vivida por Lutero nos primórdios da Reforma em 1517, não tinha a intensão de inovar a maneira de ser, haja vista, os excessos de inovações introduzidos pela igreja romana ao longo dos séculos, culminando nas vendas de indulgências e relíquias, coisas que Lutero lutou para extirpar da igreja. Na realidade Lutero percebeu que reformar não era inovar a sua teologia ou a sua liturgia, mas sim, restaurar e redescobrir aquilo que havia se perdido ao longo de mais de 1000 anos de história chamado erroneamente idade das trevas, quando a Bíblia já havia deixado de ser o fundamento doutrinário da igreja e prevaleciam as tradições resultantes das decisões dos concílios e interesses financeiros e políticos dos papas. Logo, o resultado da Reforma Protestante no século XVI não foi um movimento inovador, mas restaurador, purificador, esterilizante, um retorno às origens, um retorno à Palavra de Deus, uma busca incessante pela simplicidade bíblica, que hoje em dia desapareceu de nosso meio. 

Por vezes, o lema supracitado tem sido usado de maneira equivocada e totalmente desvirtuada. Muitos o utilizam como pretexto para introduzir novidades, modismos e ideias politicamente corretas na igreja. Aqui, volto a repetir, estar sempre se reformando não é sempre inovando ou buscando incessantemente criatividade. Isso é próprio dos meios de comunicações que precisam diversificar constantemente para não perder seu publico. Ao nos conformarmos com a mentalidade do mundo teremos como corolário um afrouxamento litúrgico, teológico e abriremos as portas para o mundanismo. Estar sempre se reformando é buscar continuamente o retorno ao cristianismo bíblico e básico, reafirmando as doutrinas e práticas das Escrituras Sagradas.

Creio que esta busca alucinada pelo novo e inovador tem levado a igreja esquecer que seu poder dinamizador não está no desconstrutivismo litúrgico ou teológico, na introdução de praticas exóticas como meio de atrair ou descontrair uma plateia, mas na dinâmica do Espirito Santo. Este Espirito dinamizador é que quebra a monotonia da religiosidade, expulsa o mundanismo da igreja e a enche e vida. Esse Espirito que provoca ações e reações dignas de Deus e para louvor de Sua glória. É esse Espírito Santo que abre as comportas interiores para fluírem os rios de águas vivas. 

Sim, o lema “Ecclesia Reformata et Semper Reformanda Est” está vivo e pede passagem. Ele clama por ser vivido pelo povo de Deus. Desafia-nos a redescobrimos e vivermos a simplicidade e pureza das Escrituras Sagradas no poder do Espírito. Assim sendo, experimentaremos novidade vida. Nossos cultos não serão monótonos. Nossas orações serão arrebatadoras. A pregação da Palavra será o centro de nossos cultos. E no final de tudo Soli Deo Gloria.

Soli Deo Gloria

Pr. Luiz Fernando R. de Souza

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Não se Esqueça do Principal !!!



Certo dia, uma mulher caminhando pela estrada com seu bebê ao colo, encontra um velho sábio que lhe diz haver uma caverna na qual poderia encontrar toda sorte de riquezas e fortuna e que ali poderia escolher livremente tudo o que quisesse pegar em 8 minutos apenas, mas que deveria ter mente NÃO ESQUECER-SE  DO PRINCIPAL  pois, depois que deixasse a caverna, a porta da mesma se fecharia para sempre.

Então, a mulher partiu rapidamente para o interior da caverna e lá encontrou o que o homem dizia haver. Encantada com tanto brilho e abundância, deixou a criança no chão e passou a recolher tudo o que podia; passado algum tempo, o velho diz:”Apressa-te, pois é quase findo o seu tempo! A caverna vai fechar-se!”. Afoitamente, recolhe mais algumas jóias e sai. 

E a porta fechou-se.

Assim que tal se deu e um choro de criança se fez ouvir do interior da rocha, a mulher se deu conta de ter esquecido seu filhinho lá dentro e, em grande aflição e desespero, clama ao velho para que se abra a porta, o qual responde ser impossível, pois o tempo se passara e lhe foi avisado acerca do que não poderia ser esquecido. Não havia como voltar atrás. Então, pesarosa e em grande angústia, retira-se sem as jóias que lhe custaram a perda de seu bem maior, seu filhinho.

 * * *

Temos deixado o principal para trás e nos concentrado no efêmero, no transitório?
Temos trocado o imprescindível pelo urgente e imediato?
Quais têm sido nossas reais prioridades e valores?
A que temos dado maior importância?
Teremos oportunidade para reconhecer o erro e nos corrigirmos a tempo?
 

QUANDO A IGREJA SE TRANSFORMA EM CIRCO E O ALTAR, EM PICADEIRO


Ao postar este texto não questiono pessoas, pois, muitos no vídeo conheço pessoalmente e as tenho em alta estima. Questiono comportamentos.
Vemos um avanço avassalador do mundanismo sobre a igreja. A igreja abraçou acriticamente o mundanismo como modus vivendi. O diabo seduziu um grande percentual de cristãos a aceitar os padrões do mundo como referência para a igreja. Charles Haddon Spurgeon, pregador batista do século XIX disse: "A igreja abandonou a pregação ousada; em seguida, ela gradualmente amenizou seu testemunho; depois, passou a aceitar e justificar as frivolidades que estavam em voga no mundo, e no passo seguinte, começou a tolerá-las em suas fronteiras; agora, a igreja as adotou sob o pretexto de ganhar as multidões". A tentativa de tornar o culto mais atrativo para os não convertidos tem jogado a igreja na sarjeta e a tem descaracterizado. Nunca se soube de um profeta que tenha utilizados desses meios para atrair multidões. João Batista, a voz que clamava no deserto, tinha uma rara capacidade desconhecida pela maioria dos pregadores e cristãos, ele conseguia encher um deserto e esvaziar uma cidade com uma mensagem cujo cerne era "arrependei-vos porque é chegado o Reino dos céus". A igreja historicamente não se deu ao luxo de divertir seus ouvintes, antes os confrontavam com uma mensagem que os tirava de seus sonos letárgicos. Agora esta igreja tentar aplacar as consciências transformando-se em circo e fazendo de seus altares picadeiros. O que vemos neste vídeo nada mais é do que o total fracasso de um sistema falido, onde Deus é totalmente desprezado e vituperado. Não questiono intenções, que por sinal devem ter sido boas, mas questiono o modo grotesco e inútil de tentar tornar a mensagem do Evangelho de Cristo mais aceitável para esta geração, como se esta geração não precisasse de se arrepender e confessar a Cristo como Senhor e Salvador de suas vidas.

A igreja que deveria ser a voz profética desta geração, sacrifica esse chamado no picadeiro da idiotice. Nenhum profeta sofreu por entreter o povo, mas por apontar e colocar o dedo nas feridas morais e espirituais de seus tempos. Foram serrados ao meio por trazerem uma mensagem que triturava o status quoo de suas gerações. Lançavam no desconforto emocional e espiritual aqueles que estavam confortáveis e confortavam os que estavam angustiados. Não vejo no espectro da fama dos cantores gospel um rol de mártires. Nada mais traz vergonha para o nome de Cristo do que essa banalização do sagrado. Prover distração é algo antagônico ao Evangelho e ao chamado de Cristo para a igreja. Tornar o culto mais agradável para atrair pessoas injetando no mesmo princípios mundanos não trará salvação e libertação para ninguém. Tentar atrair pessoas para Cristo de qualquer jeito é desconhecer por completo o que é Evangelho. Deus sempre trabalhou e trabalha com padrões e o seu padrão é: "Retirai-vos dela povo meu". Não passa pela minha cabeça o apóstolo Paulo, Agostinho, Tertuliano, Orígenes, Lutero, Calvino, M. L. Jones, J. Pipper, Enéas Tognini, Rosivaldo Araújo, Ashbel Green Simonton e outros permitindo o mundo entrar pela porta da frente da igreja transformando-a em circo e seu altar em picadeiro. Para mim, isso é oferecer fogo estranho no altar do Senhor.

A igreja primitiva por pregar a Cristo e este crucificado não tinha tempo para entreter o povo. Os primeiros cristãos saíram espalhando as boas novas de salvação em meio a uma terrível perseguição. Não havia tempo para circo. Não havia espaço para o picadeiro. Eles tinham uma mensagem candente da parte de Deus para uma sociedade que caminhava para o inferno a passos largos. A igreja, em nossos dias, se alinhou com o mundo e aceitou os conselhos de Balaão nos quais os filhos de Israel se corromperam casando-se com as filhas dos moabitas. Balaão não conseguiu amaldiçoar o povo de Deus, então o fez corromper com a prostituição. O que vemos neste vídeo é corrupção do culto a Deus e consequentemente prostituição espiritual.

Fico a me perguntar: Quais os benefícios advindos de práticas como estas? No final todos perdem. Os novos convertidos perdem por aprenderem que entrar na presença de Deus pode ser feito de qualquer maneira. Os novos convertidos são infantilizados e idiotizados. O mundo encontra motivos para rir de Deus e sua igreja. Os zombadores se acham em casa nestes momentos. O aflito que entrou para encontrar uma palavra de conforto foi apresentado a um outro evangelho que não o de Cristo. Quem veio buscar alimento para sua alma sai destas reuniões anêmicos. O espelho da Palavra é trincado nestes cultos e ninguém pode se ver à luz da Palavra.
Realmente entreter as multidões não traz nenhum benefício.
Sei que atrairei o desprezo, a ira e manifestações de muitos. Mas quem poderia ser o exemplo e apontar o caminho se encontra perdido.
A grande necessidade da igreja nestes dias é a de um púlpito forte com mensagens bíblicas que provoquem quebrantamento, confissão de pecados e devoção ao nosso Deus. Isso abrirá as portas para um aviamento que mudará a vida da igreja e do país. Por não termos Palavra de Deus proferida por lábios e corações incendiados pelo Espírito Santo, apelamos para o mundo como meio de aplacar nossos clamores interiores. Davi expressou de modo excelente a necessidade da igreja moderna quando disse: "A minha alma tem sede do Deus vivo".

Precisamos olhar para o nosso farol, Cristo. Somente Ele pode nos mostrar os perigos que nos cercam e apontar a melhor rota para as embarcações de nossas vidas.


Soli Deo Gloria


Pr. Luiz Fernando R. de Souza
 
Fonte: Ministério Força Para Viver  
http://ministerioforcaparaviver.blogspot.com/

sábado, 21 de maio de 2011

Os Cinco Solas da Reforma

Os Cinco Solas da Reforma
Sola Scriptura, Sola Christus, Sola Gratia, Sola Fide, Soli Deo Gloria
por
Declaração de Cambridge

            SOLA SCRIPTURA: A Erosão da Autoridade
      Só a Escritura é a regra inerrante da vida da igreja, mas a igreja evangélica atual fez separação entre a Escritura e sua função oficial. Na prática, a igreja é guiada, por vezes demais, pela cultura. Técnicas terapêuticas, estratégias de marketing, e o ritmo do mundo de entretenimento muitas vezes tem mais voz naquilo que a igreja quer, em como funciona, e no que oferece, do que a Palavra de Deus. Os pastores negligenciam a supervisão do culto, que lhes compete, inclusive o conteúdo doutrinário da música. À medida que a autoridade bíblica foi abandonada na prática, que suas verdades se enfraqueceram na consciência cristã, e que suas doutrinas perderam sua proeminência, a igreja foi cada vez mais esvaziada de sua integridade, autoridade moral e discernimento.
  
    Em lugar de adaptar a fé cristã para satisfazer as necessidades sentidas dos consumidores, devemos proclamar a Lei como medida única da justiça verdadeira, e o evangelho como a única proclamação da verdade salvadora. A verdade bíblica é indispensável para a compreensão, o desvelo e a disciplina da igreja.

     A Escritura deve nos levar além de nossas necessidades percebidas para nossas necessidades reais, e libertar-nos do hábito de nos enxergar por meio das imagens sedutoras, clichês, promessas e prioridades da cultura massificada. É só à luz da verdade de Deus que nós nos entendemos corretamente e abrimos os olhos para a provisão de Deus para a nossa sociedade. A Bíblia, portanto, precisa ser ensinada e pregada na igreja. Os sermões precisam ser exposições da Bíblia e de seus ensino, não a expressão de opinião ou de idéias da época. Não devemos aceitar menos do que aquilo que Deus nos tem dado.
  
     A obra do Espírito Santo na experiência pessoal não pode ser desvinculada da Escritura. O Espírito não fala em formas que independem da Escritura. À parte da Escritura nunca teríamos conhecido a graça de Deus em Cristo. A Palavra bíblica, e não a experiência espiritual, é o teste da verdade.
Tese 1: Sola Scriptura
    Reafirmamos a Escritura inerrante como fonte única de revelação divina escrita, única para constranger a consciência. A Bíblia sozinha ensina tudo o que é necessário para nossa salvação do pecado, e é o padrão pelo qual todo comportamento cristão deve ser avaliado.
  
    Negamos que qualquer credo, concílio ou indivíduo possa constranger a consciência de um crente, que o Espírito Santo fale independentemente de, ou contrariando, o que está exposto na Bíblia, ou que a experiência pessoal possa ser veículo de revelação.

   SOLO CHRISTUS: A Erosão da Fé Centrada em Cristo

  À medida que a fé evangélica se secularizou, seus interesses se confundiram com os da cultura. O resultado é uma perda de valores absolutos, um individualismo permissivo, a substituição da santidade pela integridade, do arrependimento pela recuperação, da verdade pela intuição, da fé pelo sentimento, da providência pelo acaso e da esperança duradoura pela gratificação imediata. Cristo e sua cruz se deslocaram do centro de nossa visão.
Tese 2: Solus Christus
   Reafirmamos que nossa salvação é realizada unicamente pela obra mediatória do Cristo histórico. Sua vida sem pecado e sua expiação por si só são suficientes para nossa justificação e reconciliação com o Pai.


    Negamos que o evangelho esteja sendo pregado se a obra substitutiva de Cristo não estiver sendo declarada e a fé em Cristo e sua obra não estiver sendo invocada.
                          
              SOLA GRATIA: A Erosão do Evangelho

A Confiança desmerecida na capacidade humana é um produto da natureza humana decaída. Esta falsa confiança enche hoje o mundo evangélico – desde o evangelho da auto-estima até o evangelho da saúde e da prosperidade, desde aqueles que já transformaram o evangelho num produto vendável e os pecadores em consumidores e aqueles que tratam a fé cristã como verdadeira simplesmente porque funciona. Isso faz calar a doutrina da justificação, a despeito dos compromissos oficiais de nossas igrejas.

      A graça de Deus em Cristo não só é necessária como é a única causa eficaz da salvação. Confessamos que os seres humanos nascem espiritualmente mortos e nem mesmo são capazes de cooperar com a graça regeneradora.
Tese 3: Sola Gratia
    Reafirmamos que na salvação somos resgatados da ira de Deus unicamente pela sua graça. A obra sobrenatural do Espírito Santo é que nos leva a Cristo, soltando-nos de nossa servidão ao pecado e erguendo-nos da morte espiritual à vida espiritual.
  
        Negamos que a salvação seja em qualquer sentido obra humana. Os métodos, técnicas ou estratégias humanas por si só não podem realizar essa transformação. A fé não é produzida pela nossa natureza não-regenerada.

    SOLA FIDE: A Erosão do Artigo Primordial

    A justificação é somente pela graça, somente por intermédio da fé, somente por causa de Cristo. Este é o artigo pelo qual a igreja se sustenta ou cai. É um artigo muitas vezes ignorado, distorcido, ou por vezes até negado por líderes, estudiosos e pastores que professam ser evangélicos. Embora a natureza humana decaída sempre tenha recuado de professar sua necessidade da justiça imputada de Cristo, a modernidade alimenta as chamas desse descontentamento com o Evangelho bíblico. Já permitimos que esse descontentamento dite a natureza de nosso ministério e o conteúdo de nossa pregação.

    Muitas pessoas ligadas ao movimento do crescimento da igreja acreditam que um entendimento sociológico daqueles que vêm assistir aos cultos é tão importante para o êxito do evangelho como o é a verdade bíblica proclamada. Como resultado, as convicções teológicas freqüentemente desaparecem, divorciadas do trabalho do ministério. A orientação publicitária de marketing em muitas igrejas leva isso mais adiante, apegando a distinção entre a Palavra bíblica e o mundo, roubando da cruz de Cristo a sua ofensa e reduzindo a fé cristã aos princípios e métodos que oferecem sucesso às empresas seculares.

 Embora possam crer na teologia da cruz, esses movimentos a verdade estão esvaziando-a de seu conteúdo. Não existe evangelho a não ser o da substituição de Cristo em nosso lugar, pela qual Deus lhe imputou o nosso pecado e nos imputou a sua justiça. Por ele Ter levado sobre si a punição de nossa culpa, nós agora andamos na sua graça como aqueles que são para sempre perdoados, aceitos e adotados como filhos de Deus. Não há base para nossa aceitação diante de Deus a não ser na obra salvífica de Cristo; a base não é nosso patriotismo, devoção à igreja, ou probidade moral. O evangelho declara o que Deus fez por nós em Cristo. Não é sobre o que nós podemos fazer para alcançar Deus.

Tese 4: Sola Fide
    Reafirmamos que a justificação é somente pela graça somente por intermédio da fé somente por causa de Cristo. Na justificação a retidão de Cristo nos é imputada como o único meio possível de satisfazer a perfeita justiça de Deus.
  
      Negamos que a justificação se baseie em qualquer mérito que em nós possa ser achado, ou com base numa infusão da justiça de Cristo em nós; ou que uma instituição que reivindique ser igreja mas negue ou condene sola fide possa ser reconhecida como igreja legítima.

SOLI DEO GLORIA: A Erosão do Culto Centrado em Deus

     Onde quer que, na igreja, se tenha perdido a autoridade da Bíblia, onde Cristo tenha sido colocado de lado, o evangelho tenha sido distorcido ou a fé pervertida, sempre foi por uma mesma razão. Nossos interesses substituíram os de Deus e nós estamos fazendo o trabalho dele a nosso modo. A perda da centralidade de Deus na vida da igreja de hoje é comum e lamentável. É essa perda que nos permite transformar o culto em entretenimento, a pregação do evangelho em marketing, o crer em técnica, o ser bom em sentir-nos bem e a fidelidade em ser bem-sucedido. Como resultado, Deus, Cristo e a Bíblia vêm significando muito pouco para nós e têm um peso irrelevante sobre nós.

     Deus não existe para satisfazer as ambições humanas, os desejos, os apetites de consumo, ou nossos interesses espirituais particulares. Precisamos nos focalizar em Deus em nossa adoração, e não em satisfazer nossas próprias necessidades. Deus é soberano no culto, não nós. Nossa preocupação precisa estar no reino de Deus, não em nossos próprios impérios, popularidade ou êxito.

        Tese 5: Soli Deo Gloria 

      Reafirmamos que, como a salvação é de Deus e realizada por Deus, ela é para a glória de Deus e devemos glorificá-lo sempre. Devemos viver nossa vida inteira perante a face de Deus, sob a autoridade de Deus, e para sua glória somente.

      Negamos que possamos apropriadamente glorificar a Deus se nosso culto for confundido com entretenimento, se negligenciarmos ou a Lei ou o Evangelho em nossa pregação, ou se permitirmos que o afeiçoamento próprio, a auto-estima e a auto-realização se tornem opções alternativas ao evangelho.



Fonte: Declaração de Cambridge

sábado, 30 de abril de 2011

A Preciosidade De Se Possuir Cristo (The Costliness of Possessing Christ)

Por David Wilkerson
28 de Abril de 2003
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Mateus nos diz que Jesus falou às multidões através de parábolas: "Tudo isto disse Jesus por parábolas à multidão, e nada lhes falava sem parábolas; para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta, que disse: Abrirei em parábolas a minha boca; publicarei coisas ocultas desde a fundacão do mundo" (Mateus 13: 34-35). Para vários cristãos de hoje em dia, as parábolas soam muito simples. Contudo, segundo Cristo, cada parábola contém um incrível segredo. Há uma verdade relacionada ao reino que está oculta em toda parábola que Jesus contou. E esta verdade é descoberta unicamente por aqueles que diligentemente a buscam.
Muitos crentes folheiam rapidamente as parábolas. Aí, acham que vêem uma licão óbvia e rapidamente passam adiante. Ou, descartam o significado de uma parábola como se não se aplicasse a eles. E voltam-se para os escritos de Paulo, procurando "verdades mais profundas". Querem uma teologia que lhes seja claramente colocada em ordem, e exposta em detalhes.
Mas penso em duas parábolas que Jesus contou aos discípulos. Em minha opinião, tais parábolas contêm talvez algumas das verdades mais profundas das quais qualquer crente pode se apropriar:
"O reino dos céus é semelhante a um tesouro oculto no campo, o qual certo homem, tendo-o achado, escondeu. E, transbordante de alegria, vai, vende tudo o que tem e compra aquele campo. O reino dos céus é também semelhante a um que negocia e procura boas pérolas; e, tendo achado uma pérola de grande valor, vende tudo o que possui e a compra0" (Mateus 13:44-46).
Alguém pode dizer: "O que há de tão oculto nestas verdades? Todos sabem que Jesus é a pérola de grande valor, o tesouro enterrado no campo. Isso não é nenhum segredo". Quero lhe dizer o seguinte: há maná escondido nestas duas parábolas. E só um punhado de crentes o descobriu. Por que? Porque os demais nunca quiseram gastar tempo cavoucando como o homem desta parábola fez. Na verdade, a imagem desesperada destes dois homens - o que cava o chão, e o negociante obstinado - deixa claro o significado que Jesus quer trazer: os segredos de Deus devem ser desejados mais do que tudo mais na vida.
A Bíblia afirma claramente que há segredos no Senhor: "Com os sinceros está o seu segredo" (Prov. 3:32). Tais segredos têm estado desconhecidos desde a fundacão do mundo. Mas Mateus diz que estão embutidos ou enterrados nas parábolas de Jesus. Tais verdades ocultas têm poder para libertar verdadeiramente os cristãos. Mesmo assim, poucos estão dispostos a pagar o alto custo de descobri-las.
Ora, todos sabemos que o dom da salvacão é gratuito. Jesus pagou o preço total de nossa salvação, para toda a eternidade. "Sendo justificados gratuitamente, por sua graça" (Rom. 3:24). Ainda mais - Ele nos convida a beber de Sua sempre fluente fonte de graça: "Aquele que tem sede venha, e quem quiser receba de graça a água da vida" (Apocalipse 22:17).
Testemunhei a alegria que esta graça traz quando preguei na Itália recentemente. Milhares foram à frente para aceitar Jesus nestes cultos. São pessoas que não recitaram simplesmente uma oracão de pecador, mas oraram em profundidade, chorando, confessando, invocando o Senhor. Estavam sendo salvos e libertos gratuitamente pelo poder do Espírito Santo.
No entanto, na parábola do semeador, Jesus adverte que nem todo aquele que O confessa prosseguirá na fé. Segundo a parábola, umas sementes (o evangelho) cairão sobre solo bom. Estas sementes formarão raíz, crescerão e produzirão frutos. Mas outras sementes cairão em solo pedregoso e secarão antes de formarem raízes. E outras sementes cairão sobre terreno cheio de espinhos, e Satanás rapidamente as roubará.



Creio que o Grande Declínio que Jesus Profetizou
Está Ocorrendo



Uma terrível apostasia está aniquilando massas e massas de crentes, especialmente nos círculos carismáticos. Muitos estão se afastando das pregações que produzem convencimento (da parte de Deus) e que mexem na alma, para buscar mestres que agradem a carne. Foram enganados por aquilo que Paulo chama "um outro evangelho, um outro Jesus". Seus ouvidos coçam para ouvir pregadores da prosperidade que se concentram em dinheiro.
Vimos isso acontecendo durante as nossas cruzadas na Europa. Cristãos italianos nos contaram de evangelistas americanos que esvaziaram o bolso das pessoas, pularam para seus jatos particulares e disseram: "Ciao, bye-bye!".
Mas Jesus previu tudo isso. Ele o lançou Seu olhar ao longo da História até os nossos dias, e previu tudo que viria: a rejeição da repreensão piedosa, o surgimento do evangelho atenuado, o ensino raso dos aduladores da carne, a queda das multidões. Em verdade, Ele preveniu que nos últimos dias, o amor de muitos crentes se reduziria. Servos que no passado eram zelosos se tornariam mornos, ou mesmo frios. E transformariam a preciosa graça de Cristo em lascívia. Que pregariam do Seu perdão e bênçãos, tudo sem custo a ninguém. As pessoas seriam postas à vontade com seus pecados. E isso entristeceria tanto o Senhor, que Ele os vomitaria da Sua boca.
É por isso que Jesus convocou uma sessão particular com o seu círculo particular de discípulos. As escrituras dizem: "Então, despedindo as multidões, foi Jesus para casa. E, chegando-se a ele os deus discípulos, disseram: Explica-nos a parábola do joio do trigo" (Mateus 13:36). Jesus quis abrir os olhos de Seus seguidores para os significados mais profundos das parábolas. Ele sabia que eles necessitariam da verdade que os sustentaria durante os tempos de grande sedução.
Nessa reunião fechada, Cristo disse as duas parábolas que mencionei antes, sobre o tesouro no campo e a pérola de grande preço. Estas duas parábolas pegam só tres versículos da Bíblia. Contudo, embutidos nelas estão os segredos do Senhor, os quais Ele disse estavam ocultos desde a fundacão do mundo. E elas contém Seus eternos propósitos, a serem revelados a servos consagrados.
Mesmo num estudo rápido, usando comentários bíblicos, é possível garimpar pepitas da verdade nessas parábolas. Mas isso não é tudo que as escrituras dizem que devemos fazer. Jesus descreve um homem que cava desesperadamente. E se as verdades do reino de Deus estão profundamente enterradas nas parábolas de Cristo, nós também precisamos cavoucar diligentemente para encontrar a revelação.
Eu pergunto: quem está disposto a trabalhar arduamente para descobrir esses segredos? Quem esperará pacientemente que o Senhor lhes revele os Seus segredos? Quem se demorará com o Espírito Santo o tempo suficiente para se apropriar de Suas verdades doadoras de vida?
Creio que me demorei nessas duas parábolas o tempo suficiente para ter uma noção sobre a verdade encerrada nelas: elas tratam da preciosidade de se possuir Cristo. Muitos cristãos passam pela vida satisfeitos com uma fé apenas suficiente para prosseguir. Desejam apenas o suficiente de Jesus para chegar aos céus. Eles podem garimpar algumas verdades práticas das parábolas, mas jamais acham a verdade produtora de vida que está enterrada profundamente nelas. Em comparação, estas duas parábolas nos dizem que a preciosa verdade de Cristo é encontrada só por cristãos famintos e consagrados.Os que O seguem de todo coração terão os olhos abertos totalmente aos segredos da vida abundante.
Jesus inicia essas duas parábolas dizendo: "Vou lhes dizer como é o reino dos céus" (v. Mateus 13:44). Cristo não está falando aqui do céu como pensamos dele, da dimensão em glória com o Pai. Não, Ele está se referindo ao reino dos céus na terra. Está dizendo, basicamente: "Eis como se pode possuir a plenitude dos céus em teu coração, agora mesmo. Mas primeiro quero dizer o quanto te custará obtê-la".
Como obtemos os céus na terra? As duas parábolas deixam claro: possuindo Cristo em toda a Sua plenitude. E isso exige um empenho de alto custo.




1. A Primeira Parábola é a Respeito do Tesouro no Campo


"O reino dos céus é semelhante a um tesouro oculto no campo, o qual certo homem, tendo-o achado, escondeu. E, transbordante de alegria, vai, vende tudo o que tem e compra aquele campo" (Mateus 13:44).
Primeiro, quero perguntar: o quê o campo representa aqui? Ele significa o mundo cristianizado. É toda área onde o evangelho foi pregado e recebido. Naturalmente, a igreja é uma parte deste campo. Há um campo missionário doméstico e um campo missionário externo. E os homem trabalhando no campo representa todo aquele que serve Jesus.
Este homem soube de fonte confiável que há um tesouro enterrado em algum lugar daquele campo.[Igualmente hoje, somos informados: "Cristo, em quem todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos" (Colos. 2:3)] Enquanto os outros obreiros do campo trabalham friamente, esse homem começa a cavar com fúria. Ele passa horas, dias, semanas obstinadamente procurando o tesouro.
Quem é esse homem? Ele representa todo servo consagrado que ouviu o que os profetas disseram a respeito de Jesus: "Abrirei em parábolas a minha boca; publicarei cousas ocultas desde a criação [do mundo]" (Mateus 13:35). Esse homem não se preocupa com o que os outros acham dele. Ele determinou em seu coração revelar o tesouro oculto de Deus; e sabe que a única maneira para o achar é se empenhando ao máximo. Ele então cava e cava, se encurvando para localizá-lo.
O que é o tesouro que ele procura? É a incrível descoberta de que Cristo é tudo aquilo de que ele necessita. O seu tesouro é saber que toda a alegria, toda a orientação e propósito - e em verdade, as próprias riquezas dos céus - são dele em Jesus. Não importa quais lutas e provações são lançadas contra ele. Ele sabe que em Cristo, lhe foram concedidos todos os recursos. Jesus para ele é tudo em todos os sentidos.
Quando esse homem finalmente acha o tesouro, faz algo curioso: ele imediatamente o esconde. "O qual certo homem, tendo-o achado, escondeu" (Mateus 13:44). O que ele está fazendo aqui? Por que esconderia essa maravilhosa riqueza recém descoberta?
Encontramos uma pista no testemunho de Paulo. O apóstolo nos diz: "Quando, porém, ao que me separou...e me chamou pela sua graça, aprouve revelar seu Filho em mim, para que eu o pregasse entre os gentios, sem detença, nao consultei carne e sangue, nem subi a Jerusalém para os que já eram apóstolos antes de mim, mas parti para as regiões da Arábia"(Gal. 1:15-17).
Paulo havia recebido uma incrível revelação de Cristo. Então, por que resolveu guardá-la em segredo? É porque esse tesouro era absolutamente precioso para ele, mais caro que qualquer outra coisa. Veja, Paulo havia jejuado por essa verdade, orado por ela, buscado-a diligentemente. Ele havia servido a Deus com zelo, como fariseu, mas sem o conhecimento da verdade (v. Romanos 10:2). E agora que ele havia achado a verdade que era Cristo, isso não lhe seria roubado.
Então Paulo foi para os desertos da Arábia para esconder o seu tesouro. Paulo estava declarando: "Não quero que ninguém ou nada me desvie dessa grande verdade que encontrei em Cristo. Não quero ouvir a opinião de mais ninguém nesse momento. Tenho de agarrar essa verdade para mim. E só vou compartilhá-la com os outros depois que eu entender totalmente a magnificência do que descobri".
Visualizo o camponês desta parábola se maravilhando com o tesouro que achou. Assim que abre a arca do tesouro, êle o levanta, examina, se rejubila. E mesmo estando assim extasiado, sente que só segurar e o admirar não é o suficiente. Ele diz para si: "Quero isso para mim; quero isso inteiro para mim. Se o conseguir, isso resolverá os meus problemas até o fim da vida".
Quando Jesus diz que o trabalhador do campo "vende" tudo que tinha, o significado em grego é negociar ou permutar. Isso significa uma troca de mercadorias ou serviços sem a passagem de dinheiro. Em outras palavras, seja o que for que esteja sendo passado - não pode ser comprado.
Isso amplia o significado da parábola ainda mais. Jesus está dizendo: "Não se pode comprar coisas espirituais com coisas materiais". Paulo vivenciou essa verdade. Ele não possuía senão a roupa do corpo, e talvez algumas ferramentas para confeccionar tendas. Mesmo assim eis o quanto custou a Paulo abrir mão do seu tesouro: "Mas o que, para mim, era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo...considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as cousas e as considero como refugo, para conseguir Cristo" (Filipenses 3:7-8).



Quem Enterrou o Tesouro no Campo ?


Nosso Pai Criador possui todas as coisas. E Ele possuía o campo onde o tesouro foi enterrado. Isso significa que foi Ele que o enterrou lá. Ora, Ele sabia que o homem cavando no campo era pobre. Afinal de contas, os ricos não precisam ter trabalho braçal. Assim, esse trabalhador do campo tinha de vir até o proprietário e negociar para fazer a aquisição.
Sabemos que não podemos adquirir coisas espirituais com dinheiro. Então, como é possível comprar algo de nosso Pai bendito? Isaías responde: "Vinde, comprai e comei; sim, vinde e comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite" (Isaías 55:1). Em outras palavras, Deus está dizendo: "O que tem valor para você? Não pense em termos de dinheiro, contudo. Fale comigo em termos de mercadorias e serviços".
Ao longo dos séculos, os ricos têm tentado ganhar a vida eterna cedendo suas riquezas. Deixaram castelos, terras, riquezas, vastos rebanhos, jóias e roupas finas, tudo no esforço de ganhar a Cristo. Se tornaram pobres, se alimentando mal e vestindo peles de animais. Mas Jesus nunca foi encontrado dessa maneira por ninguém.
Creio que Paulo passou os seus meses na Arábia negociando trocas com o Pai. Vejo-o perguntando: "Senhor, como posso possuir as riquezas plenas de Cristo? Quanto vai custar?"
O Pai responde:
"Eu te digo, Paulo. Dê-Me toda a tua auto-justificação. Então te darei a justificação de Cristo. Dê-Me todas as tuas boas obras, os teus esforços e empenho para Me agradar. E te darei a santidade de Cristo unicamente pela fé.
Renuncie diante de Mim a todos os teus objetivos, ambições, planos, esperanças. Eu te darei o próprio Cristo para que viva em ti, e através de ti. Os desejos dEle se tornarão os teus. E conhecerás alegria e felicidade que realização alguma jamais te poderia dar.
Dê a Mim o melhor do teu tempo. Me dê toda a tua confiança, todos os teus interesses. Então ganharás a Cristo. Terás possuído a sabedoria e a intimidade dEle, tudo sem dinheiro. Diga-me Paulo - ganhar a Cristo valeria tudo isso para ti?"
Paulo ganhou a Cristo efetivamente. Ele saiu do deserto em posse plena do seu tesouro. Agora ele testifica: "O velho Paulo morreu. E Cristo está vivo em mim. Todas as minhas ambições se foram. Tudo que eu queria fazer ou ser antes, deixei para trás no deserto. Descobri o tesouro da minha vida, e Ele é todo suficiente para mim. Jesus é tudo aquilo de que necessito".
Pode-se perguntar: "Onde está o mistério oculto nessa parábola do tesouro? Que segredo está enterrado aqui?" Paulo nos dá a resposta: "O mistério que estivera oculto dos séculos e das gerações; agora, todavia, se manifestou aos seus santos; aos quais Deus quis dar a conhecer qual seja a riqueza da glória deste mistério entre os gentios, isto é, Cristo em vós, a esperança da glória" (Col. 1:26-27).
Em resumo, o mistério é o próprio Cristo em você. O próprio tesouro dos céus está vivendo dentro de você, possuído por você.



2. A Segunda Parábola é a Respeito da Pérola de Grande Valor


"O reino dos céus é também semelhante a um que negocia e procura boas pérolas; e, tendo achado uma pérola de grande valor, vende tudo o que possui e a compra" (Mateus 13:45-46).
Quem é o negociante nessa parábola? A raíz em grego explica que é um comerciante ambulante atacadista. Era também um avaliador, que testava o material. Em outras palavras, ele se sustentava avaliando pérolas caras, segundo a qualidade e o valor.
Ora, sabemos que Jesus é a pérola de grande valor que o negociante acha. Ele é caríssimo, de valor incalculável, pois o negociante vende todas as suas posses para ganhá-Lo. A minha pergunta é a seguinte: quem era o proprietário original desta pérola de grande valor? E por que estaria ele querendo se desfazer dela?
Creio que encontramos o sentido da pérola nos propósitos eternos de Deus. Obviamente, a pérola pertencia ao Pai. Ele possuía Cristo assim como qualquer pai possui o próprio filho. Em verdade, Jesus é a posse mais valiosa e rica do Pai.
Só uma coisa levaria o Pai a abrir mão desta pérola de grande valor. Ele o fez por amor. Ele e o Filho haviam feito um acordo antes da criação do mundo. E nesse acordo, o Pai concordou em se desfazer do Filho. Ele O deu como sacrifício, com o propósito de remir a humanidade.
O apóstolo Pedro se refere ao alto preço dessa preciosa doação. Fala do caríssimo preço do sangue de Cristo, a nossa pérola de grande valor. No entanto, quando os principais dos sacerdotes examinaram essa pérola, O avaliaram por meras trinta moedas de prata: "Tomaram as trinta moedas de prata, preço em que foi estimado aquele a quem alguns dos filhos de Israel avaliaram" (Mateus 27:9). Pense nisso: o Deus do universo havia tornado a Sua preciosa pérola acessível a todos. Contudo tais homens colocaram pouco ou nenhum valor nEle. Alguns até chamaram-No de falso, de imitação.
Digo-lhe o seguinte - o Senhor deve sofrer hoje em ver o quanto o Seu povo desvaloriza essa pérola sem preço. A alguns, Cristo não é nada mais que uma peça de museu; Ele está colocado em baixo de um vidro, indisponível para ser tocado, manuseado. As pessoas O visitam uma vez por semana para admirá-Lo ou louvá-Lo. Elas olham Sua cruz e se maravilham com Seu sacrifício, dizendo: "Que beleza. Que glória". Mas nunca possuem a pérola. Não negociam com o proprietário, determinadas a possuirem-na a qualquer custo.
Amado, Deus planeja que a Sua pérola seja achada por aqueles que estejam obcecados por possuí-Lo. É como se estivesse dizendo: "A Minha pérola está disponível unicamente àqueles que colocam grande valor nEle".
Assim, o negociante nessa parábola representa uma porção muito pequena de crentes de hoje. Tais servos encontraram em Jesus a resposta para todas as necessidades e clamores do coração. Ele se tornou o foco central de suas vidas. Tais pessoas se determinaram a buscar esse prêmio com tudo que está ao seu alcance. E vão se apropriar dEle - a qualquer custo.




Quanto Custou ao Negociante Obter a Pérola ?


Lembre-se, essa pérola não tinha preço. Não poderia ser comprada por dinheiro algum. Simplesmente não havia ouro ou prata suficientes na terra para bancar o seu valor. E o negociante sabia disso. Ele compreendeu que poderia gastar a vida inteira acumulando dinheiro para obtê-la, mas esse esforço seria em vão.
Vejo o negociante conversando com o proprietário: "Veja, tenho de ter essa pérola. Eu alegremente troco contigo tudo o que ganhei a minha vida inteira. Tudo que me pedires, eu farei. Eu só quero ter a pérola". O Pai amorosamente lhe responde: "Dê-me o teu coração. Esse é o preço". A seguir lemos: "Tendo achado uma pérola de grande valor, vende tudo o que possui e a compra" (Mateus 13:46).
Esse mercador vendeu a própria alma pela pérola. Custou a ele a mente, corpo e espírito, "tudo o que possui". E o proprietário diz que o mercador ganharia isso em retorno: "Sim, você será Meu servo. Mas será muito mais do que isso para Mim. Veja, ao dar-Me o seu coração, estará permitindo que Eu o adote. Estou lhe fazendo parte da Minha família. Então você será herdeiro Meu. Isso quer dizer que possuirá a pérola comigo. Ela será Minha e sua".



Quero Lhe Dizer o que Estas Duas Parábolas
Significam Para Mim Pessoalmente


Cristo é a arca do tesouro no campo. E nEle, encontrei tudo de que preciso. Para mim, isso quer dizer o seguinte:
Nada de tentar achar propósito no ministério. Nada de procurar preenchimento na família ou amigos. Nada de precisar construir algo para Deus, ou ser um sucesso, ou me sentir útil. Nada de ficar numa boa com a multidão, ou de tentar provar algo. Nada de procurar maneiras de agradar as pessoas. Nada de tentar pensar ou raciocinar para achar saída para as dificuldades.
Achei o que procurava. O meu tesouro, a minha pérola, é Cristo. E a única coisa que o Proprietário pede de mim é: "David, eu te amo. Quero te adotar. Já assinei os papéis com o sangue de Meu próprio Filho. Tu agora és herdeiro com Ele de tudo que possuo".
Ainda estou no processo de vender tudo que tenho. Ainda estou dando ao Pai o meu tempo, meus pensamentos, a minha vontade, meus planos. Mesmo assim sei que estou entregando tudo isso pelo tesouro. Negocio isso para comprar água viva, o pão da vida, o leite e o mel de alegria e paz. E estou fazendo tudo isso sem dinheiro. O custo para mim é o meu amor, minha confiança, a minha fé em Sua palavra.
Que pechincha. Abro mão dos meus trapos de imundície da auto-suficiência e das boas obras; deixo de lado meus sapatos velhos dos esforços; deixo para trás as noites sem sono nas ruas da dúvida e do medo. E em troca, sou adotado por um Rei.
Amado santo, é isso que acontece quando se busca a pérola, o tesouro, até que O ache. Jesus lhe oferece tudo que Ele é. Ele lhe traz alegria, paz, propósito, santidade. E se torna o seu tudo: o seu despertar, o seu dormir, a sua manhã, tarde e noite.
Então, quanto Ele vale para você? Para ganhá-Lo, o preço talvez seja maior do que você queira pagar. Insisto consigo: comece a cavoucar hoje.

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